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Telenovelas contemporâneas

A partir dos anos 80, as novelas, já consolidadas e no gosto do brasileiro, começaram a ganhar novos estilos, indo do pastelão de Guerra dos Sexos (Globo, 1983/1984), ao realismo fantástico de Saramandaia (Globo, 1976). A sociedade e seus problemas com a política estavam em foco, tal qual mostrou Que Rei Sou Eu (Globo, 1989)

 

Um dos marcos desse período é Roque Santeiro (Globo, 1985), escrita por Dias Gomes e Aguinaldo Silva. A produção original teria ido ao ar em 1975, se a censura não tivesse impedido a sua exibição. Quando exibida, a novela apresentou arquétipos bem nacionais, construídos com sutileza e humor, entrando no cotidiano dos brasileiros.

 

Pela primeira vez, uma novela das 20 horas da Globo deixava de focalizar o universo urbano do Rio de Janeiro e centrava sua trama em uma região do sertão nordestino. Roque Santeiro inaugurou uma verdadeira onda de novelas que seguiam a mesma cartilha, com a estrutura cidadezinha nordestina, personagens folclóricos, situações cômicas e surrealistas

 

Outra telenovela que marcou os anos 80 foi Vale Tudo (Globo, 1988/1989). Com o famoso “Quem matou Odete Roitman?” fez com que a trama de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, fosse assunto unânime pelo país.

 

No capítulo 193, que foi ao ar no dia 24/12/1988, a vilã Odete Roitman foi assassinada com três tiros à queima-roupa. O mistério da identidade do assassino durou apenas 13 dias, mas dominou todas as conversas pelo país. O fabricante de caldo de galinha Maggi promoveu um concurso para premiar quem adivinhasse o nome do assassino. O Brasil parou diante da TV em 06/01/1989 para conhecer o criminoso.

 

O mistério da identidade do assassino de Odete Roitman tornou-se alvo de apostas, rifas e sorteios. A cena do disparo foi gravada no dia em que o último capítulo iria para o ar - nem o próprio elenco sabia.

O famoso Quem matou Odete Roitman? originou até campanhas publicitárias, como esse consurso criado pela empresa fabricante do caldo  de galinha Maggi

Copyright 2012                                   A novela, seus usos sociais e o consumo - "O Clone": um exemplo prático

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