
A NOVELA, SEUS USOS SOCIAIS E O CONSUMO
"O Clone": um exemplo prático
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A importância dos anos 60 e 70
Foi entre o fim da década de 60 e o início dos anos 70 que a teledramaturgia teve sua mudança mais radical, marcada pela exibição de Beto Rockfeller (Tupi, 1968/1969), um divisor de águas na história da telenovela brasileira, conhecida como a primeira “novela de verdade do Brasil”.
Um dos méritos da trama foi o que a Sociologia chama de permissão social: por mesclar romance e aventura, homens foram perdendo a vergonha de admitir assistir novela e não apenas renderam-se ao folhetim, como passaram a assumir isso publicamente.
A trama foi pioneira em utilizar o modelo de telenovela que conhecemos, utilizando diálogos mais coloquiais, e a nacionalização do gênero, acabando com a era dos dramalhões mexicanos.
Os anos 70 foram marcados com as telenovelas das 18 horas destinadas às adaptações de clássicos da literatura e do teatro, com cenografias e figurinos de época e tramas mais leves. Pouco a pouco se definiam o estilo dos demais horários: as das 19 horas com um toque de humor e das 20 horas com tramas mais densas.
Parte das conquistas do período se devem ainda a duas importantes conquistas técnicas da televisão no Brasil: a transmissão em rede via satélite (1970) e a transmissão à cores (1972). É também desse período o reconhecimento da qualidade dos programas brasileiros, que começaram a ser consumidos em todo o mundo, especialmente a telenovela que alcançou alto nível de produção e interpretação e, conquistando no exterior um mercado inédito para a dramaturgia brasileira, introduzindo modismos comportamentais na Itália, na Espanha e em Portugal.
Com a falência iminente da TV Tupi, que aconteceria em agosto de 1980, e da Excelsior, ocorrida em 1969, a Rede Globo se consolidava como a maior e melhor produtora de folhetim televisivos.
