Falar de dependência química nas telenovelas não é novidade. O alcoolismo, problema que atinge cerca de 20 milhões de brasileiros, 13% de nossa população, foi abordado pela primeira vez nos anos 70, na novela Assim na Terra como no céu (Globo, 1970/1971). Desde então, tem sido um tema recorrente.

 

O grande mérito de O Clone foi a forma de abordar de o assunto. Além de, ao término de cada capítulo, exibir um depoimento real de como o vício pelas drogas afetava as pessoas e suas famílias, o folhetim foi pioneiro abordar tão abertamente esse que é um dos principais problemas de saúde pública da atualidade.

 

Chamou atenção dos críticos da época o fato de o alcoolismo estar presente entre os mais instruídos personagens, como o bem sucedido advogado Lobato (Osmar Prado), que protagonizou cenas emocionantes dando depoimento de como era ser alcoólatra.

 

O uso de narcóticos, a exemplo do alcoolismo, já fora abordado anteriormente mas, da mesma maneira, não da maneira conduzida por Gloria Perez. Pela primeira vez na televisão brasileira foi mostrado o que acontece antes da degradação, o que atrai tantas pessoas para o vício, o quanto tem se a ilusão de prazer ao se ingerir uma droga.

 

Acompanhamos, por nosso televisor, a trajetória de Mel (Débora Falabella), Ceceu (Sérgio Marone) e Nando (Thiago Fragoso), em todas as suas fases. Também personagens de alto poder aquisitivo, ficou explícito que é uma situação que atinge a todas as camadas sociais.