
A NOVELA, SEUS USOS SOCIAIS E O CONSUMO
"O Clone": um exemplo prático
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Cultura Árabe
Depois de apresentar a cultura cigana em Explode Coração, Gloria Perez queria desmistificar outra cultura, igualmente vítima de certo preconceito por parte da população brasileira.
Somou-se a isso o desejo de fazer uma grande oposição à clonagem humana, o ponto de início para a novela. “Para escrever uma novela, você precisa opor uma ideia à outra. E o que se contrapõe à genética? O mundo islâmico! Nenhuma outra cultura é tão submissa à Deus quanto a cultura muçulmana. Daí em diante, foi fácil. Logo, criei o Dr. Albieri (Juca de Oliveira). Em seguida, o Tio Ali (Stênio Garcia). E assim por diante”, declarou a autora em uma entrevista para o jornalista André Bernardo.
A apatia quase que mundial aos árabes, apontados como os responsáveis pelo ataque às torres gêmeas, em 11 de setembro de 2001 – 20 dias antes da estreia de O Clone -, não atingiu os brasileiros que, a cada dia, apaixonavam-se pelos ensinamentos do Tio Ali (Stênio Garcia), a desenvoltura com que Jade (Giovanna Antonelli) dançava e a arquitetura marroquina.
Tal curiosidade e admiração foi revertida em consumo. Embora não existam dados nacionais oficiais, é inegável que em toda parte aumentou a procura por aulas de dança do ventre. Olympia Silvério, professora dessa arte em Campinas/SP, relata que apenas em seu estúdio, o aumento na procura foi de mais de 40%, tanto na primeira exibição, como no reprise.
Também o anel-pulseira usado por Jade, objeto que remetia à cultura árabe virou uma febre, e tornou-se o primeiro produto licenciado pela Rede Globo. Cópias eram vendidas em camelôs, a bijuteria - conhecida como a “pulserinha da Jade” tornou-se sinônimo de moda e teve mais 120 mil peças vendidas

Slave Bracelets, mais conhecidos pelo público como pulserinha da Jade viraram febre com a novela