Uma característica peculiar da telenovela brasileira é o fato de esta ser uma narrativa aberta, ou seja, embora o desfecho seja conhecido desde sua concepção, a história pode sofrer uma série de modificações, devido à audiência e a repercussão para com o público.

 

Soma-se a essa característica o fato de variar entre 150 e 180 capítulos e ser obrigatoriamente diária, com temáticas muito próximas do dia-a-dia do brasileiro, contendo altas doses de realismo.

 

Essas são três das principais diferenças da telenovela brasileira para as soap operas americanas, e também das novelas latinas. Por isso, mesmo em outros países, para se referir aos folhetins televisivos brasileiros é utilizado o termo telenovela, sem tradução.

        

A professora doutora Gisele Castro, pesquisadora do Núcleo ESPM ligado à rede Obitel-Brasil, destaca ainda o uso de ações socioeducativas nas telenovelas brasileiras, recurso amplamente utilizado e condizente com os preceitos da responsabilidade social corporativa. Segundo ela, em muitos casos ocorre o uso da agenda setting, de modo que mesmo que os propósitos de levar informação e promover a conscientização do público sejam elevados, impera o sentimentalismo. Mais do que dar a conhecer e promover o debate, é imperativo atingir a emoção do espectador levando-o a se comover com a abordagem utilizada no tratamento do tema.

 

A base folhetinesca, sem o excessivo dramalhão visto nas produções latinas, aliado a bons atores e direção e ao “padrão Globo de qualidade” destacam a telenovela brasileira dentro e fora do país, tendo rendido prêmios internacionais e alto retorno financeiro com a exportação dos folhetins.